Mais vale uma boa quarentona...

... as imagens das exéquias prestadas a Mário Soares e não evitei as lágrimas no momento que se ouviu, na voz da sua mulher Maria Barroso (nunca tinha reparado na voz bonita que tinha), o poema de Álvaro Feijó "Dois Sonetos de Amor na Hora Triste"... do pouco que vi do Funeral com honras de Estado, para mim, deverá ter sido o momento alto das cerimónias, entre aplausos, slogans gritados pela população, salvas de tiros, músicas fúnebres, hino nacional e discursos de ilustres, uns mais emocionados que outros, foi sem dúvida a declaração de amor de Maria a Mário o que mais me tocou...

Goste-se ou não do Homem, ninguém poderá negar que o país muito lhe deve. Eu cresci a gostar dele, quando se é filha de alguém que foi forçado a combater numa guerra com a qual discordava, só pode admirar Homens como Mário Soares, no entanto, compreendo e respeito quem tenha posição diferente da minha. Ele era um homem, não era Deus, nem Santo, cometeu os seus erros, dói-me ouvir e ler certas coisas a seu respeito, mas foi ele quem me ensinou a respeitar e a tolerar quem pensa diferente de mim, da mesma forma que defendeu o direito de quem o critica a poder fazê-lo livremente! Esse sim, é o seu maior legado. Até sempre, Marocas!