Header | Layout - Gaffe
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
... bota que não estou a ver como é que a vou descalçar... desculpem-me a malta "fit", os "runnings" e "animais de ginásio" de toda a espécie, mas o mais próximo que tenho com o desporto resume-se aos jogos do FêCêPiê e da Seleção que vejo invariavelmente sentada, aos jogos de andebol do meu filho em que sou oficial de mesa e logo também me encontro sentada e de pé, só quando vou à Decathlon e afins comprar algo para o rapaz.
Posto isto, dizia-vos eu que sem pensar muito no assunto, ou melhor dizendo, precipitei-me tal como fiz ao lançar-me de uma avioneta a 5 mil metros de altitude, e aceitei o desafio de uma amiga para me inscrever numa corrida... uma corridinha de 10 mil metros que para qualquer "fit" é como limpar o cu a meninos, mas que a mim me está a tirar o sono. Como é que eu me meti nisto é que ainda estou para perceber...
Mas bom, não sou mulher para desistir e uma vez feita a asneira é assumir e lidar. Estou aqui a tentar arranjar uma solução para não passar a vergonha de ser a última a cortar a meta da corrida, já depois dos demais terem tomado banho e estarem a acabar de almoçar. Correr é certinho que não corro, mas consigo andar com uma velocidade razoável, mesmo assim, espero não demorar mais que 3 horas...
Estou a pensar em correr os últimos 100 metros da meta, continuar a correr depois de a passar e só parar em casa, outra hipótese será, a 100 metros da meta tirar o dorsal e disfarçadamente sair do troço e colocar-me junto da assistência a aplaudir e a olhar para longe à espera dos corredores, talvez finja uma lesão, uma bebedeira, ou uma clássica e sempre eficaz dor de cabeça... não sei, mas aceito sugestões.
... antes, acordei a pensar que é o teu dia. Mas hoje não passei grande parte do dia a pensar que não podia me esquecer de te ligar, por saber que, tal como Conan Osíris tão bem escreveu, não há telemóveis para ligar para o céu... muito embora os caminhos das nossas vidas tivessem tomado rumos diferentes, separando-nos umas boas dezenas de quilómetros, muito embora a loucura dos afazeres do dia-a-dia nos impedisse de estarmos juntas tantas vezes quantas as que desejávamos, nós sabíamos e, principalmente, sentíamos que estávamos sempre lá uma para a outra. Hoje não te vou ligar, hoje não te vou ouvir falar do enorme cansaço que a tua atividade profissional te dava, nem da alegria imensa que esse mesmo cansaço te trazia, hoje não nos vamos rir de alguma parvoíce que te diria, do tipo "que tal são os 47? Espero que sejam bons porque senão ainda tenho 7 meses para impugnar os meus, mais uma dezena de anos a lutar na justiça portuguesa, posso ficar tranquila nos meus 46 por uns tempos valentes", hoje não vamos falar das trivialidades das nossas vidas, não vamos reavivar memórias dos momentos tão fixes que tivemos juntas, nem fazer promessas de que tiraríamos umas horas para um almoço ou jantar, hoje não te vou ouvir dizer que gostas muito de mim... tenho tantas saudades tuas, minha Querida... um beijo enorme para ti onde quer que estejas, um dia voltaremos a estar juntas!
... no meu telemóvel os números de telefone dos que já não podem mais atender as minhas chamadas. Não é por falta de coragem de os apagar da lista de contactos, é por não querer apagá-los, como se o facto de ali permanecerem os fizesse estar apenas à distância de um telefonema ou de uma mensagem. Não sei se serei a única a ter esta atitude um tanto ou quanto macabra, mas a verdade é que me conforta de alguma maneira saber que os tenho ali tão perto...
... foi um ano particularmente difícil para mim, pelas mais variadas razões, foi o ano em que vi o meu rendimento baixar, em que vi o total desrespeito pelo meu trabalho, em que vi as minhas expectativas de progressão na carreira defraudadas e, sobretudo, o ano em que perdi definitivamente alguém que era parte intrínseca do meu ser... lembro que na passagem de ano, brindei não ao novo ano, mas ao facto do ano 2019 ter terminado finalmente.
Mas 2020... ui, 2020... até me dá medo de imaginar o que mais terá ele em reserva...
... mais me têm feito confusão nesta treta toda do coronavírus, é o facto de as pessoas não se poderem despedir convenientemente dos seus falecidos... atenção que não quero, com isto, dizer que nada mais me toca. Obviamente que toda esta situação traz grandes angústias a toda a gente, sobretudo, ao pessoal que trabalha nos hospitais e que ainda são, a meu ver, a malta que mais sofre com tudo isto, devido à exaustão, ao sentimento de incapacidade, à impossibilidade de estar com as suas famílias e, acima de tudo, ao medo que deve ser gigantesco...
Também me preocupam as pessoas que vêem os seus rendimentos reduzidos e até mesmo os seus empregos em questão, para esses a tormenta vai perdurar mesmo depois do vírus ter sido derrotado.
Mas iniciei por falar dos mortos por um motivo bem egoísta, assumo, porque me traz à lembrança que também eu não pude despedir-me como gostaria dos meus amores, principalmente do meu pai e daquela que, apesar de não partilhar comigo o ADN, partilha tanto do meu ser, aquela cuja a partida ainda não encaixei devidamente. Partiram inesperadamente e acreditem que é um peso no peito horrível que nos acompanha por muito e muito tempo...
... os milhões de euros que o Estado poupou quando há três anos cancelou abruptamente os Contratos de Associação que tinha com muitas escolas privadas do país? Essa fortuna pesadíssima para o erário público foi aplicada na escola pública? De que forma? Por acaso os professores estão mais satisfeitos porque passaram a ter melhores condições para exercer a sua profissão? Viram os seus vencimentos serem francamente aumentados? Há mais pessoal não docente contratado de forma a que se veja uma clara e inequívoca melhoria no funcionamento das escolas? A qualidade e quantidade da comida servida nas cantinas dessas escolas melhorou substancialmente? As próprias instalações são as mais adequadas para o conforto dos milhares de crianças e jovens que frequentam a escola pública? Há mais e melhor oferta de projetos educativos diferenciados e motivadores tanto para os alunos, como para o pessoal docente?
A partir do próximo ano, o meu filho não vai mais poder frequentar a escola que eu escolhi precisamente por reunir todas as condições descritas acima, era uma escola privada que vai ter que fechar portas por já não conseguir viabilidade financeira para continuar. Paguei todas as propinas que me foram apresentadas, sabe Deus com que esforço, porque infelizmente estou muito longe de ser abastada, sou uma simples remediada e tive que cortar em muita coisa para poder permitir que o meu filho tivesse uma formação com qualidade, dei como prioridade esse investimento no meu principal e mais importante projeto de vida. Todavia, o mesmo esforço não foi priorizado pelas tantas famílias que tinham os seus filhos naquela escola antes da malograda decisão do governo, dos mais de 800 alunos inscritos, a escola passou a contar apenas com 200, com tendência a decrescer. Assim não dá. Por mais que eu e as restantes famílias resistentes estivéssemos dispostos a pagar.
E dizem-me vocês, mas Quarentona, os nossos impostos não devem servir para pagar escolas privadas. Primeiro que tudo, eu também pago impostos e não deixo de os pagar se inscrever o meu filho no ensino privado. Depois, com o financiamento público de algumas dessas escolas, abria-se a possibilidade das famílias mais carenciadas da zona de atuação terem acesso a um ensino de qualidade, assim vão ter que se sujeitar ao que o Estado tem para oferecer que, como todos sabemos, deixa muito a desejar. Não é afinal o desejo do Estado proporcionar um ensino de qualidade a toda a gente?
Mas se era assim tão importante para o país o corte deste tipo de financiamento, o Estado deveria, pelo menos, ter dado a oportunidade àquela escola de se reorganizar, reduzindo o gradualmente o valor entregue por ano e, ao mesmo tempo, fiscalizando a forma como esse dinheiro era gasto pela escola. O corte abrupto não permitiu à escola se preparar convenientemente para atrair mais alunos, uma escola que apesar de ser de excelente qualidade, sem par na cidade, fica fora do maior aglomerado habitacional, numa zona parcamente servida de transportes públicos e cujos os habitantes são, na sua maioria, gente com pouca capacidade financeira para suportar o custo das propinas. Ora, havendo no centro da cidade outras escolas privadas, por uma questão de comodidade, é óbvio que quem tem poder económico opta pela hipótese que lhe é mais confortável, afinal não é o que qualquer um na mesma circunstância faria?
Estou neste momento, no início de agosto, a viver a angústia de ainda não ter a mais pálida ideia sobre qual a escola onde o meu filho vai estudar. Simplesmente não há vagas nas escolas públicas da cidade para receber os alunos que ficaram sem escola. Não posso encomendar os livros, não posso programar a minha vida profissional para o próximo ano letivo, dado que estou muitas vezes em serviço fora da cidade, de forma a poder dar o apoio necessário ao meu filho, ele não poderá ser totalmente autónomo, uma vez que a minha zona de residência não é servida de transportes públicos, enfim, e aqui estou eu a ver o tempo a passar... O Estado que foi tão célere a cortar as verbas entregues à Instituição que lhe dava 15 a 0 no que toca à forma de ensino, de formação cívica e organização administrativa, está a ser de uma lentidão a toda a prova na apresentação de uma solução para o meu filho e para todos os outros miúdos que perderam a sua escola de um ano para o outro...
Merda para isto tudo!
... uma dúvida. Ajudem-me aqui, por favor. Vamos começar com um exercício de memória: aquando do cancelamento, por parte deste governo, dos contratos de associação com muitas escolas privadas do país, julgo ter ouvido da boca da Sra. Secretária de Estado Adjunta e da Educação, de sua graça Alexandra Leitão, o argumento (para contrapôr já não sei que crítica, mas isso também não interessa para agora) de que as pessoas são livres de escolher a escola pública onde querem colocar os seus filhos a estudar, desde que haja vagas na escola pretendida. A minha pergunta para vocês é: mais alguém ouviu isso, ou fui só eu? Terei sonhado? Respondam, por favor, que logo a seguir tenho outra pergunta para colocar.
Agradecida!
Foi uma grande, grande, grande injustiça a eliminação do meu adorado Conan na eurovisão, mas a vida é mesmo assim. Bom fim de semana
... as coisas na chafarica-mor não me têm corrido muito bem, no entanto é algo com que eu já contava desde há uns anitos. Mas a verdade é que analisando o meu percurso nesta casa, vejo que não sou devidamente reconhecida, ou melhor, não sou justamente reconhecida e isso tem me entristecido, ao ponto de sempre que penso nisso enchem-se-me os olhos de lágrimas. Há dias, comentava isto com o meu chefe e disse-lhe que muito provavelmente a razão de não sair da cepa torta é o facto de sorrir demasiado para as pessoas, passando a imagem de que estou feliz com o que tenho e logo não preciso de mais. Ele concordou comigo mas reforçou o facto de que eu é que estou certa, os outros é que precisam de mudar essa forma de pensar. Gosto do meu chefe, a sério que gosto, só lamento que tenha pouco poder para mudar certas coisas, porque se o meu reconhecimento depender da mudança da minha forma de estar perante a vida, então nunca irei sair de onde estou...
... felizmente! Cá me terão na luta, mas sempre de peito e sorriso aberto!
... assim mais leve. Espero que tão depressa não me volte a dar outra pancada como esta, senão fico careca e já não posso ser guarda florestal.