Header | Layout - Gaffe
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
... antes, acordei a pensar que é o teu dia. Mas hoje não passei grande parte do dia a pensar que não podia me esquecer de te ligar, por saber que, tal como Conan Osíris tão bem escreveu, não há telemóveis para ligar para o céu... muito embora os caminhos das nossas vidas tivessem tomado rumos diferentes, separando-nos umas boas dezenas de quilómetros, muito embora a loucura dos afazeres do dia-a-dia nos impedisse de estarmos juntas tantas vezes quantas as que desejávamos, nós sabíamos e, principalmente, sentíamos que estávamos sempre lá uma para a outra. Hoje não te vou ligar, hoje não te vou ouvir falar do enorme cansaço que a tua atividade profissional te dava, nem da alegria imensa que esse mesmo cansaço te trazia, hoje não nos vamos rir de alguma parvoíce que te diria, do tipo "que tal são os 47? Espero que sejam bons porque senão ainda tenho 7 meses para impugnar os meus, mais uma dezena de anos a lutar na justiça portuguesa, posso ficar tranquila nos meus 46 por uns tempos valentes", hoje não vamos falar das trivialidades das nossas vidas, não vamos reavivar memórias dos momentos tão fixes que tivemos juntas, nem fazer promessas de que tiraríamos umas horas para um almoço ou jantar, hoje não te vou ouvir dizer que gostas muito de mim... tenho tantas saudades tuas, minha Querida... um beijo enorme para ti onde quer que estejas, um dia voltaremos a estar juntas!
... foi um ano particularmente difícil para mim, pelas mais variadas razões, foi o ano em que vi o meu rendimento baixar, em que vi o total desrespeito pelo meu trabalho, em que vi as minhas expectativas de progressão na carreira defraudadas e, sobretudo, o ano em que perdi definitivamente alguém que era parte intrínseca do meu ser... lembro que na passagem de ano, brindei não ao novo ano, mas ao facto do ano 2019 ter terminado finalmente.
Mas 2020... ui, 2020... até me dá medo de imaginar o que mais terá ele em reserva...
... onde quer que estejas, que o Sol brilhe sempre e que o mar te receba em águas tranquilas e amenas.
Gosto tanto, mas tanto de ti que quero muito que as nossas vidas se voltem a cruzar. Foste, és e serás sempre das minhas pessoas, daquelas que mesmo estando ausentes, estarão sempre perto. Por isso, até breve, minha Querida.
... 17 anos anos, a malta reuniu-se e a parvoíce continua exatamente a mesma. Coimbra tem destas coisas...
Eu não bebi traçadinho, não gosto e nunca gostei, ou é vinho, ou é gasosa, agora cá misturas... mas foi tão bom reviver os tempos boémios que Coimbra oferece de forma tão generosa, assim mesmo, à antiga como a Tasca da Ti Ermelinda, lugar de passagem obrigatória da estudantada.
... a pensar que vocês acham que eu trabalho num sítio tenebroso, pelos episódios que vos vou revelando aqui. Mas não! Admitindo que já foi muito melhor do que é neste momento, também não é o fim do mundo, nem nenhuma sala de tortura, felizmente ainda me dão a oportunidade de fazer aquilo que gosto. E a verdade é que por lá ganhei alguns dos meus melhores amigos e conheci pessoas interessantíssimas com as quais me identifico imenso. Isto tudo para dizer que uma dessas pessoas criou um blog para registar todas as suas viagens pelo mundo, tal como um Cronista da época da Expansão Portuguesa, e acreditem que são imensas. O blog é muito recente e ainda tem poucos posts, mas pelo que li, a coisa promete, sobretudo para quem estiver a fazer planos de viajar e quiser obter umas dicas muito úteis, a Carla será a vossa guia turística, passem por lá e incentivem-na a continuar a trazer o mundo até nós! O blog é http://fuitravels.blogspot.pt (desculpem lá a ausência do link...) vão lá e digam que vão da minha parte.
... prometido à minha Querida Gaffe (tive que pedir um pc emprestado para meter cá o teu link, hã? :P) que está a precisar de amanheceres bem mais deleitáveis, andei à procura de um rapagão que lhe iluminasse os olhos e o resto do dia. Ela encomendou o David Gandi, ora, eu fui ver quem é o portento, tendo na ideia de que iria encontrar alguém parecido com um velhinho indiano, careca, de óculos redondos e fralda XXL... sim, minha querida, é de se lhe tirar o chapéu e qualquer outra peça de roupa que traga vestida, mas não me sai da cabeça um outro rapazinho, desde que o vi num anúncio comercial também a um perfume...
... Francisco Henriques de sua graça, produto nacional e tenrinho, tenrinho ao ponto de conseguir despertar a “cougar” que há em mim, perdoa-me porque estou prestes a chegar aos 44 e as hormonas são umas cabras!
No entanto e seguindo a minha busca, tropecei neste naipe mais madurinho que quase me atirou ao chão...
... é que nem interessam os nomes e as nacionalidades, não vale a pena perder tempo com minudências perante globalidades de fazer uma rapariga esperta perder o norte.
E isto é tudo muito lindo, sim senhores, mas continuo a achar que não há nada melhor do que um bom maduro que me prepare o pequeno-almoço e mo leve à cama, que a idade já começa a pedir sopas e descanso.
Pronto, chega de homens que eu já estou a ficar enjoada...
... Tamancas vive a chafarica-mor. Faço brevemente 18 anos que lá comecei a trabalhar, e como sou rapariga de trato fácil, não foi difícil criar empatia com os colegas que comigo partilhavam grande parte dos seus dias, contudo nem todos passaram a barreira que separa o coleguismo da amizade. Ora, no meio de tantos colegas, há duas Gajas que desde cedo se revelaram especiais e depressa foram promovidas a amigas, chegámos inclusive a partilhar uma sala durante meia dúzia de anos e garanto que esses foram os melhores anos que passei naquela chafarica. Anos, que depois das mil e uma restruturações que aquela porra já sofreu, dificilmente voltarão. Hoje os nossos postos de trabalho distam apenas algumas dezenas de metros, separando-nos duas grandes portas que conjuntamente com os afazeres, as preocupações do dia-a-dia e as minhas constantes deslocações pelo país me impedem de as visualizar as vezes que desejaria. Das poucas vezes em que nos cruzamos no hall de entrada, na casa de banho, na sala do café ou nas respetivas salas, a conversa é invariavelmente a mesma...
Ontem foi o dia, tal como nos bons velhos tempos, fomos as três almoçar ao nosso tasco preferido, o Zé Manel dos Ossos que eu já recomendei aqui, o que sobrou foi isto...
... três corações cheios e uma valente barrigada de gargalhadas. Ficou selado o compromisso de repetir todos os meses porque a puta da vida é tão fugaz e traiçoeira e a nossa amizade merece ser comemorada regularmente.
... em Nick Cave... Surizinha, se me estás a ler, prepara-te porque eu vou aí à tua santa terrinha cobrar o abraço que me prometeste! Vê se me mandas um catano de um email para podermos combinar, boa? Eu não disse que era certinho? Já cá mora!
... grupo de amigos que fiz na altura da pós-graduação, não tenho a certeza mas acho que já falei dele aqui, nesse grupo há uma pessoa que é capaz de ser das mais estranhas com quem me relaciono. Ela é boa pessoa, sempre solícita, é capaz de despir a camisola para a dar a quem precise, mas não sinto qualquer afinidade com ela, tolero-a e nunca me relacionaria com ela se não fizesse parte do grupo. Não há nada que me cative nela, pelo contrário, tantas vezes me apetece mandá-la pastar, só não o faço por consideração à harmonia do grupo. E perguntam vocês, mas ela é estranha porquê? Imaginem lá uma pré-adolescente, já está? Agora imaginem uma pré-adolescente com, se não os tiver já, quase 40 anos! Solteira, ainda vive com os pais, não usa outro calçado que não sejam sapatilhas (ténis, para a malta de Lisboa e arredores), não come nada que seja verde, só a sopa que a mãe obriga a comer, tem carta de condução, mas não se atreve a conduzir fora da sua cidade, os pais têm que levar a menina aonde a menina quer ir, tem verdadeira obsessão pelo universo Disney, chocolate, Coca-Cola e MacDonalds, e acima de tudo é conflituosa, inconveniente e desbocada. Já perdi a conta às vezes em que falo em alhos, ela responde com bugalhos e há quem se dê ao trabalho de tentar explicar-lhe as coisas, mas ela mimada como é, defende o indefensável até à exaustão do interlocutor. Eu já não tenho pachorra e então calo-me a maior parte das vezes, ou digo que sim senhora, tem toda a razão no que diz, só para não a ouvir mais.
Mas não é só com ela, regra geral não tenho paciência para conversas da treta!
... amiga que anda um bocado em baixo, está deprimida e garantiu-me que já não acredita que algum dia vá ser feliz. Nunca tive muito jeito para lidar com este tipo de situação, ao ponto de me surpreender com o meu esforço para a animar. Eu sei que deixo aqui a imagem de quem está de bem com a vida, de quem está sempre de sorriso aberto e pronta para a rambóia, no entanto, eu também tenho o meu lado lunar oculto que poucas pessoas conhecem, não que me preocupe em escondê-lo, mas como já passei por tanta merda na vida que praticamente me derrubou e sempre me levantei sozinha e segui em frente (não sei explicar como, mas dizem os entendidos que tenho grande resiliência). Eu acho que aprendi a relativizar, a dar menos importância ao que pouca importância tem e a cagar para o que os outros pensam de mim. Por isso, hoje sei que posso estar perdida, sem saber o que fazer, prestes a explodir de raiva ou a desabar em prantos mas tudo isso não passará de um breve momento que tem o seu fim, porque tudo o que me martirizou teve um dia um fim. Tudo passou, deixou marcas, mas passou e tudo passa, "só não há solução para a morte" é a frase que repito mentalmente nas alturas de maior pressão e que me dá alento para voltar a sorrir, porque mereço ser feliz, porque todos merecemos. Foi isto que disse à minha amiga e acho que ela sorrirá em breve.
Só substituo os marshmallows por chouriço...