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... que este ano não escrevia uma palavra sobre a tradicional invasão de Portugal pela emigrantada durante o mês de agosto e estava determinada a cumprir com o meu juramento até ontem. É que por causa de duas filhas da... de une belle putain que, não sendo representativas de todos os que partem deste país atrás de uma vida melhor, acabam por despertar em mim a vontade de lhes encher o focinho com croissants congelados atirados de longe (há sempre um ou uma Avec que mancha qualquer boa reputação que possam ter, sempre!). Então foi assim, praça da alimentação do Fórum Coimbra a abarrotar, 80% são emigrantes, Catarina vai comprar a sua refeição a um daqueles restaurantes que entregam uma espécie de alarme que avisa, não só ao próprio como a toda a gente presente no shopping, que a comida pode ser levantada ao balcão. Catarina munida do seu alarme vê-se à rasca para encontrar um lugar para se sentar. Catarina encontra o lugar. Dois cavalheiros almoçavam calmamente na ponta de uma mesa de seis lugares, Catarina sentou-se na ponta oposta ficando a aguardar que o catano do alarme disparasse. Catarina lembrou-se que mal se levantasse para ir buscar a comida, haveria uma batalha campal para ocupar o seu lugar. Catarina pediu desculpa por interromper a refeição dos cavalheiros e perguntou se teriam a amabilidade de lhe guardar o lugar quando fosse buscar a refeição. Os cavalheiros anuíram. O alarme tocou. Quando Catarina está prestes a chegar à mesa, uma imberbe aborrescente migrantolas apressa-se a sentar-se no SEU lugar, ignorando os avisos dos cavalheiros. Catarina sentiu uma enorme vontade de bater com o tabuleiro, que trazia nas mãos, na moleirinha da Avec, mas apenas lhe disse em bom português que aquele lugar era seu. A aborrescente ignora-a desviando o olhar, a mãe da piquena atrasada mental, que entretanto havia chegado, não pára de repetir “qu’il est tout resérve”. Catarina ainda lhe diz que não quer saber disso para nada e que aquele lugar é seu. Perante a descarada indiferença de mãe e filha, os cavalheiros convidam Catarina a sentar-se junto a eles, Catarina aceita e agradece, dizendo em voz alta enquanto passa nas costas da jovem franciú de Santa Cona do Assobio que está visto que não é em França que se obtém boa educação. A piquena, percebendo perfeitamente o que Catarina acabara de dizer, começa numa ladainha “education... bláblábláblá... France... bláblábláblá... Whiskas saquetas...”. Catarina senta-se e almoça tranquilamente enquanto troca pequenas impressões sobre o que aconteceu com os cavalheiros que lhe confidenciam que de seguida iriam à Fnac mas que nem passariam pela secção de literatura francesa. Catarina lembra-se que ali estava um belo assunto para encerrar a época de férias da bloga. E que safodam os coitadinhos dos imigras que têm que abandonar a terra, família, amigos, cães, gatos e periquitos!
E vocês? Estão todos bons?