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Ilustração - Celia Calle


Eu já...

20.11.15

... estive mais de um ano sem dirigir palavra a um colega de faculdade, do qual fui grande amiga, durante o curso!

Apesar de ser dona de uma personalidade forte, não sou daquele tipo de pessoa que por ter essa característica acha que pode disparar tudo o que lhe passa pela cabeça, doa a quem doer. Sou mais de evitar conflitos e quantas vezes fecho a minha matraca só para não me chatear com A ou B ou quando me magoo com algo ou alguém sou do tipo "incha, desincha e passa", inclusivamente, já várias pessoas me disseram que tenho perfil diplomático e que daria uma excelente Ministra dos Negócios Estrangeiros (acho que vou mandar currículo para S. Bento...).

Frequentava a minha licenciatura e tinha especial adoração por um colega de curso, mas nada de paixonetas, ele também tinha uma personalidade que me cativava deveras: inteligente, culto, sarcástico, partilhávamos os mesmos gostos e interesses, humor muito semelhante ao meu, riamos e fazíamos rir a bandeiras despregadas, bastava uma troca de olhares para percebermos imediatamente o que se passava na cabeça um do outro, enfim, uma relação de amizade perfeita!

Numa noite de copos, discordámos numa treta qualquer sem jeito nenhum, começámos a esgrimir argumentos e dali até desatarmos aos berros um com o outro foi uma questão de minutos. Nenhum de nós cedia, entrámos numa de medir forças e assim deixámos de nos falar. O que é caricato nesta situação? É que apesar de não trocarmos palavra, tinhamos exatamente as mesmas rotinas, sempre dentro do grupo de amigos, estudávamos juntos, íamos almoçar juntos, às vezes calhava sentarmo-nos lado a lado na sala de aula, jogávamos à sueca no bar da faculdade (não como equipa mas um contra o outro), saíamos à noite para os mesmos sítios, enfim, tudo igual ao que fazíamos antes da zanga só que ignoravamo-nos mutuamente, como se fossemos invisíveis! Houve até um episódio durante uma noite da Queima das Fitas, em que já muito bem bebidos, eu fazia as minhas palhaçadas habituais e ele agarrado à barriga de tanto rir... enfim, infantilidades...

Passado pouco mais de um ano, enterrámos o machado de guerra. Foi no meu aniversário, combinei com o grupo sair para os copos, contudo obviamente não convidei a criatura. No entanto, ele apareceu no bar onde estávamos com um ramo de flores e, sem pedir desculpas, apenas me desejou um feliz aniversário, beijando-me... pronto, atirei-me para os seus braços e num abraço apertado disse-lhe que também tinha imensas saudades dele, num instante o resto da malta juntou-se ao abraço, e isso... isso foi lindo de se ver!

001.JPG

 

 

publicado às 09:31


10 comentários

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De Maria Araújo a 23.11.2015 às 11:31


E a velha, sou eu.
Ok, Quarentona.
Um bom dia.

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