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Ilustração - Celia Calle


Onde estão...

01.08.19

... os milhões de euros que o Estado poupou quando há três anos cancelou abruptamente os Contratos de Associação que tinha com muitas escolas privadas do país? Essa fortuna pesadíssima para o erário público foi aplicada na escola pública? De que forma? Por acaso os professores estão mais satisfeitos porque passaram a ter melhores condições para exercer a sua profissão? Viram os seus vencimentos serem francamente aumentados? Há mais pessoal não docente contratado de forma a que se veja uma clara e inequívoca melhoria no funcionamento das escolas? A qualidade e quantidade da comida servida nas cantinas dessas escolas melhorou substancialmente? As próprias instalações são as mais adequadas para o conforto dos milhares de crianças e jovens que frequentam a escola pública? Há mais e melhor oferta de projetos educativos diferenciados e motivadores tanto para os alunos, como para o pessoal docente?

A partir do próximo ano, o meu filho não vai mais poder frequentar a escola que eu escolhi precisamente por reunir todas as condições descritas acima, era uma escola privada que vai ter que fechar portas por já não conseguir viabilidade financeira para continuar. Paguei todas as propinas que me foram apresentadas, sabe Deus com que esforço, porque infelizmente estou muito longe de ser abastada, sou uma simples remediada e tive que cortar em muita coisa para poder permitir que o meu filho tivesse uma formação com qualidade, dei como prioridade esse investimento no meu principal e mais importante projeto de vida. Todavia, o mesmo esforço não foi priorizado pelas tantas famílias que tinham os seus filhos naquela escola antes da malograda decisão do governo, dos mais de 800 alunos inscritos, a escola passou a contar apenas com 200, com tendência a decrescer. Assim não dá. Por mais que eu e as restantes famílias resistentes estivéssemos dispostos a pagar.  

E dizem-me vocês, mas Quarentona, os nossos impostos não devem servir para pagar escolas privadas. Primeiro que tudo, eu também pago impostos e não deixo de os pagar se inscrever o meu filho no ensino privado. Depois, com o financiamento público de algumas dessas escolas, abria-se a possibilidade das famílias mais carenciadas da zona de atuação terem acesso a um ensino de qualidade, assim vão ter que se sujeitar ao que o Estado tem para oferecer que, como todos sabemos, deixa muito a desejar. Não é afinal o desejo do Estado proporcionar um ensino de qualidade a toda a gente?

Mas se era assim tão importante para o país o corte deste tipo de financiamento, o Estado deveria, pelo menos, ter dado a oportunidade àquela escola de se reorganizar, reduzindo o gradualmente o valor entregue por ano e, ao mesmo tempo, fiscalizando a forma como esse dinheiro era gasto pela escola. O corte abrupto não permitiu à escola se preparar convenientemente para atrair mais alunos, uma escola que apesar de ser de excelente qualidade, sem par na cidade, fica fora do maior aglomerado habitacional, numa zona parcamente servida de transportes públicos e cujos os habitantes são, na sua maioria, gente com pouca capacidade financeira para suportar o custo das propinas. Ora, havendo no centro da cidade outras escolas privadas, por uma questão de comodidade, é óbvio que quem tem poder económico opta pela hipótese que lhe é mais confortável, afinal não é o que qualquer um na mesma circunstância faria?

Estou neste momento, no início de agosto, a viver a angústia de ainda não ter a mais pálida ideia sobre qual a escola onde o meu filho vai estudar. Simplesmente não há vagas nas escolas públicas da cidade para receber os alunos que ficaram sem escola. Não posso encomendar os livros, não posso programar a minha vida profissional para o próximo ano letivo, dado que estou muitas vezes em serviço fora da cidade, de forma a poder dar o apoio necessário ao meu filho, ele não poderá ser totalmente autónomo, uma vez que a minha zona de residência não é servida de transportes públicos, enfim, e aqui estou eu a ver o tempo a passar...  O Estado que foi tão célere a cortar as verbas entregues à Instituição que lhe dava 15 a 0 no que toca à forma de ensino, de formação cívica e organização administrativa, está a ser de uma lentidão a toda a prova na apresentação de uma solução para o meu filho e para todos os outros miúdos que perderam a sua escola de um ano para o outro...

Merda para isto tudo!

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publicado às 08:05

Passados...

04.10.18

... 14 anos, ainda me vens à cabeça com quase a mesma regularidade com que uma mãe pensa nos seus filhos presentes. Nunca te vi, não sei se eras menino ou menina, branquinho ou moreno, gordinho ou mais pequenino, no entanto, não precisei de te ver para saber que te amo desde o momento em que soube que já existias em mim... um dia daremos aquele abraço tão aguardado, meu Anjo.

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publicado às 07:34

No domingo...

19.09.18

... levantei-me mais cedo do que se fosse trabalhar, rumei a S. João da Madeira, mais concretamente ao Pavilhão das Travessas que impressiona pelo seu tamanho...

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... e perguntam vocês, já começaram os jogos do teu puto? Não. Mas foi de facto por causa do andebol que madruguei, só que desta vez, fui sozinha. Fui fazer o curso de Oficial de Mesa, não para aprender a pôr mesas dignas de receções a reis e imperadores, nem para saber como me comportar à mesa. Passei uma manhã inteirinha a aprender a preencher uma folha como esta...

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A parte fixe é que vou passar a ter vista privilegiada para os jogos, a parte má é que não vou poder festejar os golos do puto e pior ainda é que vou ter que deixar de insultar o árbitro.

publicado às 08:06

Acho que por,...

20.06.18

... nos últimos anos, ter assistido a tanta desgraça nos noticiários, desenvolvi uma espécie de capa que me “protege” das emoções mais fortes como a raiva e a tristeza. Apesar de me solidarizar com os dramas alheios, há muito que não deixo que me afetem ao ponto de chorar, até ontem...

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... porra! Sou mãe! E só de imaginar o meu filho numa situação destas, vêm-me de imediato as lágrimas aos olhos. Que mundo é este?! Para onde caminhamos?! Como é que isto é possível?! Sou sensível ao argumento de que os imigrantes ilegais usam-se das próprias crianças para conseguir os seus intentos, mas foda-se, a única solução é esta?! Provocar este sofrimento atroz aos inocentes? A sério que não há outra forma de resolver a questão sem passar pela separação das crianças daqueles que elas acreditam serem os seus protetores?! É preciso ser-se tão cruel? Para quê? Para proteger um povo que acaba por morrer às mãos dos seus compatriotas com uma rajada de tiros? Até onde vai a hipocrisia, a ganância, a cegueira?! É tudo tão triste... tão revoltante!

publicado às 07:29

... de descalçar os sapatos, tirar as meias e arregaçar as calças, hoje esta chafarica está inundada com a minha baba, lembram-se disto?

Pois bem, a garrafa do Ketchup do meu puto despejou tudo este fim-de-semana, em dois jogos, o meu CR7 do andebol marcou 14 golaços, 9 no primeiro jogo e 5 no segundo, todos na posição de ponta, que no que dizem os entendidos é a que oferece maior dificuldade para marcar. Ele joga há 5 anos e era muito raro marcar um golo, segundo os treinadores era apenas falta de confiança e foi preciso chegar aos dois últimos jogos da época para mostrar aquilo que vale. Para o ano há mais!

publicado às 07:44

Maaaaassss,...

17.05.18

... nem só de Sporting vive o mundo do futebol, anteontem fomos cumprir o ritual que esteve interrompido durante 4 anos...

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Desde que o puto se assumiu como simpatizante do FêCêPiê, e sempre que o clube ganha um campeonato, que rumamos ao Estádio do Dragão para comprar uma camisola da marca FCP, este ano foi um polo giríssimo e discreto que eu também não acho piada às camisolas demasiado evidentes com emblemas escancarados a escorrer de azeite.

publicado às 07:57

Chego na...

08.05.18

... sexta-feira à casa da minha mãe para jantar, o puto apressa-se a dizer-me que tem uma surpresa para o dia da mãe.

No regresso a casa, entro na garagem e dou-me com isto...

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... ia-me dando uma coisinha má e preparava-me para esmagar com beijos as bochechas dos homens lá de casa quando me despejaram um balde de água fria em cima do entusiasmo, o carro é de um cliente do vizinho mecânico que pediu para o guardar na nossa garagem por uns dias.

publicado às 07:47

Preparava a...

04.05.18

... lancheira para mais uma deslocação a Lisboa, iogurtes, queijinhos, fiambre, gelatinas, frutos secos e chá (hábito que me ficou da dieta prescrita pela nutricionista), no entanto, desta vez teria que levar mais uns extras: a tonelada de drogas que, mais uma vez, o meu otorrino “dealer” me fez comprar na passada segunda-feira. Lancheira atestada, fui duas ou três vezes à chaminé da cozinha tentar memorizar o plano de toma dos químicos que lá está afixado. O puto que reparou nas minhas tentativas patéticas, soltou do alto dos seus 11 anos “porque é que não tiras uma fotografia?”

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Estou seriamente a pensar em marcar uma consulta de desenvolvimento... para mim! Preciso de uma avaliação urgente ao meu QI, estou desconfiada que encolheu... olha! Só agora reparo na ironia de ter o Van Gogh a sustentar uma prescrição de um otorrino...

publicado às 07:35

Desde que...

09.04.18

... tomou conhecimento da abertura de um café com gatos em Coimbra, que não se calou enquanto não o levei lá...

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No fim, disse-me que queria voltar. Perguntei-lhe para quê, se tinha um gato em casa? “Ali os gatos são muito mais meiguinhos”... é oficial, tenho um filho Cat Lover e um Preto dum Cabrão!

publicado às 07:42

Eu já não...

07.02.18

... gostava do carnaval, mas desde que o puto começou com as suas vidas académicas passei a odiá-lo com todas as minhas ganas. Desde o período do infantário que me esfalfo para conseguir arranjar-lhe a porcaria da fatiota que respeite o tema que a(s) escola(s) resolveram adotar para o desfile carnavalesco, de maneiras que desde o infantário e sempre que chegamos a esta altura os meus níveis de stress aumentam exponencialmente. Ora, como acho um perfeito absurdo gastar uma pipa de massa numa fantasia de carnaval para usar só num dia ou dois e como não tenho dotes de costureira e muito menos a criatividade de um estilista para reciclar roupa que já tenha no armário, tento com o orçamento mais reduzido possível comprar roupa que depois de ter sido “transformada” em pinguim, pescador da Nazaré, cientista maluco, príncipe, entre outros delírios de educadores e professores, possa ser usada no dia-a-dia. Este ano tive que inventar um fato de Smurf (Estrumpfe, no meu tempo), no início pensei que seriam favas contadas, era só arranjar uma camisola azul turquesa e umas calças brancas, nada mais fácil. Bem... não fazem ideia do corrupio que foi para desencantar as duas pecinhas tão simples, corri tudo o que é loja de roupa infantil e de desporto para encontrar uma camisola turquesa sem qualquer estampagem, mas o pior foram o catano das calças, é que não há calças brancas para rapaz em lado nenhum, um tormento, não queiram saber. Lá encontrei uma sweat com capuz turquesa, um autêntico milagre, e as calças foram umas de fato de treino que não sendo propriamente brancas são da cor que mais se aproxima do branco, vai ter que servir. Falta só o gorro que tive que encomendar e estou à espera dele, se não vier até 6.ª feira, dia do desfile, vou ter que improvisar nem que seja com um rolo de papel higiénico enrolado na cabeça!

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Falta muito para acabar a porcaria dos desfiles de carnaval escolares, ou vou ter que esperar pelo ensino universitário?

publicado às 07:41


Moi!

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