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... que escrevia este post, o fogo ainda lavrava sem sinal de tréguas na minha querida Lousã. A chuva teima em não cair, apesar de os relâmpagos anunciarem a sua chegada. Não me lembro de alguma vez desejar chuva como a desejo neste momento, porque só ela é que poderá por um final neste inferno implacável para tantas famílias que perderam os seus familiares e amigos, que perderam as suas casas e postos de trabalho, e para os desgraçados dos bombeiros que lutam contra as chamas sem a certeza de conseguirem regressar às suas vidas.
Tudo isto é profundamente triste e revoltante, vi imagens inimagináveis, pequenos focos de incêndio do tamanho de pequenas fogueiras que em poucos segundos se transformaram em frentes de incêndio com umas boas dezenas de metros de extensão, percebi que combater o fogo nestas condições é uma luta completamente inglória.
Entendi também o que a Ministra da Administração Interna quis dizer com a infeliz frase das férias, entendi mas não aceito que alguém com a sua responsabilidade e perante a tragédia que se abateu no país, não tenha a sensibilidade de, pelo menos, escolher as palavras das declarações que presta. Não se lamentam as férias não gozadas quando há pessoas que morrem a fugir dos incêndios e outras que perdem o fruto do trabalho de uma vida...
Tenho uma má notícia para si, Sr.ª Ministra, receio que se chover com grande intensidade nos próximos dias, vai ter que continuar a adiar as suas férias...