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... educar uma criança tem muito que se lhe diga. Na sexta-feira recebi um telefonema do puto que já anda no 5º ano e, galo do caraças, já tem que ter um telemóvel (ir para a escola dos grandes sem telemóvel é o mesmo que ir nu, lutei sempre contra dar-lhe o catano do telemóvel, mas fui engolida pela pressão tanto do puto como da restante sociedade, quem é que quer ver um filho a ser ostracizado pelos restantes putos por não ter um telemóvel?), dizia eu que atendi a chamada e do outro lado a voz aflita acelerou o meu coração, quase a chorar "mãe, tive falta a Inglês por não trazer o material e por não fazer o TPC, por favor não te zangues..." e desata num pranto... "por favor não te zangues..." O meu filho ligou porque estava em pânico pela possibilidade de eu me zangar... as lágrimas assomaram de imediato aos meus olhos e a única coisa que consegui balbuciar foi "calma, filho, não há problema, logo falamos sobre isso e eu prometo que não me zango". O Gajo diz que é da forma como falo com ele, que lhe meto medo e que o ameaço caso falhe. O meu pai sempre foi muito rígido comigo nas questões escolares e tinha razão para o fazer, pois sempre fui demasiadamente descontraída com a escola, lembro-me que morria de medo de falhar e poucas vezes falhei, não por ter a consciência que seria o melhor para mim, mas por medo... e é isto que estou a passar para o meu filho. Tudo aquilo que critiquei no meu pai, eu estou a fazer igual. Sou completamente aversa à permissividade, tenho a firme convicção que as crianças têm que ter regras, mais, precisam de regras, mas há uma linha muito ténue que separa a disciplina e a introdução da responsabilização da ditadura e eu, claramente, não consigo deixar de ultrapassar essa linha.